sábado, 24 de setembro de 2011

 
 
 
 
Sentado a ver o mar, esperei…

Uma onda chega, uma onda vai,

Contei, lentamente, esperando que o tempo…

Passasse rapidamente,

E que tu chegasses, meu amor.

Olhando o horizonte que abraça o céu,

Fiquei… flutuando na maresia,

Que envolvia o meu ser…

Esperei por ti, pelo gesto, pelo toque…

Por aquele sabor, único, de um beijo,

A boca secou, nesta ausência que tardou.

Fiquei ali, parado, só, olhando o mar…

Dia longo, dia sem fim…

Numa angústia que me roubava o calor do peito,

Senti o coração a bater, batia fortemente…

Ritmos acelerados, numa loucura que me invade…

Mas tu… afinal não chegaste.

O dia fez-se noite,

A noite chegou, com o seu véu negro que me gelou…

A cama vazia, o momento sem amor.

E ali fico só, pensando no quarto vazio…

Adormeci sonhando,

As noites loucas em que os corpos cansados,

Não paravam, não desejavam o amanhã…

Viviam apenas o fogo da união do presente,

Em abraços, gestos, carícias, belas as noites,

Noites quentes, em dias sem fim.

Neste frio que é o meu albergue,

Ali acordei e ali fiquei,

Neste sepulcro que me fere, em rasgos vazios,

Dia após dia,

Num tempo que me mata lentamente, em dor…

Na solidão que corre em minhas veias,

Esperando em silêncio, no desejo, sinto ainda o ardor,

O sabor daquele último beijo.

Fico perdido neste labirinto, parado…

Onde o meu corpo espera por ti,

E por ti se perde nesta imensidão…

Em gritos de silêncio, em desejos que me torturam,
 
Esperando apenas… que chegues,
 
Que chegues meu amor.

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