sábado, 24 de setembro de 2011

Depois da vida ceifada,


Pelo anjo da Morte.

Começas finalmente,

A viagem derradeira

Do cais aos barqueiros

Mesa de ficheiros

Limiar da eternidade

Purgatório de insanidade.

Pecados ilustrados

Mostram-se à beira dos finados

Condenação perpétua

À terra do serão

Onde a valia é o perdão

À terra da escravidão

Onde as acções são o castigo

Ó que triste destino

Saboroso medo

De ao fogo viajar

Condenação imortal

Do que cá fizeste.

São Pedro e os barqueiros

De chaves e remos

Te condenam pelos devaneios.

A barca da recompensa

É uma mera desavença

Com a barca da servidão.

O céu não te espera

Se não fizeste em vida o que devias

Chora agora pelo que vês que perdias.

A barca de ouro pela qual lutaste

É a que servirás

Pois Satanás ajudaste.

A viagem intemporal

Faz parte do arsenal,

Vingança,

Preguiça,

Gula,

Inveja,

Ira,

Luxúria,

Vaidade.

Todos te condenam

E te pesam os itens

De uma vida de pecados,

Sempre insaciados.

Embarca no que te espera,

Pois a viagem aguarda

A tua chegada.

Barca ou porta

Ouro do demónio

Madeira da árvore da vida.

Passa e esquece o resto.

Já nada te vale

O ouro ou título.

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