sábado, 24 de setembro de 2011

A Morte


Tão doce é a morte que vem e te toca

Tão fria, tão calma, de lâmina afiada e presença letal...

...dá-te o seu toque, o último sentido, o último vivido e o primeiro a morrer.

Nem sente, nem vê. Mas sabe!

Foi um fim sem começo para um começo sem fim.

A dor nem tanto foi crítica, mas o arrependimento, torturante

No pensamento insano, desesperado...

...é a morte!

O total contrário desta vida, mas que te dá vida, porém eterna.

Talvez isolada, sofrida, ou mesmo calma.

Quem sabe?

Não precisa e nem adianta sentir medo, e nem ter coragem.

A inércia desta hora será grande, será infinita.

Seu fim lembrado, muitas vezes ao acaso.

Alguma lembrança sem valor - mas lembrança - deixada para trás.

Tão simples, também, é a morte por ser morte.

Por não morrer. Ao contrário da vida que sempre acaba, sempre morre

Entre quatro frias paredes
Cela solitária
Aqui apenas mais jovens corpos
Unidos não só pela dor
Mas pelo querer
Ser livre era ser morto
Viver calado Para nós não é vida
Sobrevivência para muitos
Para os fracos
Surdo pelos gritos
Um querer de respostas
Entre a dor e o sangue
Durante choques
Por toda a fase de temporal
Aqui no céu
Que chorava por seus filhos
Mortos, esquecidos, sumidos
Durante toda a minha estada no inferno
Lutei pela vida
Não apenas por ela
Eu queria poder voar
Mas queriam cortar minhas asas
Por isso esse pássaro morreu
Como muitos
Mas a liberdade brotou por nossas mãos
No escuro jardim do Brasil
Em troca de muitas vidas
Depois da chuva vermelha
Mas há ainda hoje
Os anjos que choram
Por que as marcas são profundas
E nunca serão esquecidas

Amar-te eternamente...



Prometo me apaixonar pelo mesmo homem,

Todos os dias.

Quero que os dias frios sejam calorosos,

Todos os invernos.

Quero que a chuva caia apenas para nos dois,

Todas as noites.

Prometo sorrir ate quando menos precisar,

E farei de tuas as minhas lagrimas,

No dia em que a lua não mais brilhar.

E te pertenço, assim como

as estrelas pertencem ao céu,

e as noites pertencem ao fim dos dias

E do carinho teu

Eu renascerei

todas as manhãs. . .
Românticos são poucos, são loucos desvairados...


Que querem ser o outro

Que pensam que o outro é o paraíso

Românticos são lindos e pirados

Que choram com baladas, que amama

sem vergonha e sem juízo

São tipos populares

Que vivem pelos bares

E mesmo certos vão pedir perdão

E passam a noite em claro

Conhecem o gosto raro

De amar sem medo de outra desilusão

Romântico são poucos...

São loucos como eu...

são loucos como nós...

Sou uma vampira sedutora,


que apenas quero teu amor...

Nesse lindo cangotinho,

quero depositar meu beijinho,

e escorregar até o ouvidinho...

Não quero teu sangue chupar,

quero apenas te vampirizar,

pra que nunca deixes de me amar...

Meu desejo hoje, é apenas te seduzir,

e pelos séculos que estão por vir,

oferecendo-te um adorável porvir...

Viveremos eternamente,

amando-nos ternamente...

Apenas quero te beijar com carinho...

++Sempre a vossa espera ++

Ontem ao querer-te, já era hoje.

E no hoje que se finda, no amanhã te quero.

O desejo, esse, era deter-te, reter-te e perder-te.

Mas nunca esquecer-te.

***

Cheiro. Ao cheirar-te. Retenho-me. Num momento de sentido em absoluto. Quero cheirar-te assim no ontem, que foi e não é. Quero ser o cheiro que emanas. E ao inalar-me, ontem, e no hoje. Detectar-te ao longe bem longe, ilustrando-te lá. Numa moldura vaza. De melindrados eus meus. Vou cheirar-te no livro de anjos caídos na minha podridão. Na página única do teu toque. Vou cheirar-me a alma. Num só alento. Ter-te dentro das mãos destituídas. Para quando abri-las ver-te. No meio da cegueira que me depreda.

***



Angustia. As golfadas de ar que me assolam o peito. Desfalecem-me. Tudo silencia. No cheiro sem cheiro. Da cor da tua alma desmedida. É por isso que cega. Porque era a tua. Não a minha. E não pude cheirar-me em ti, porque não havia cheiro. Nem havia algos nas páginas compostas pelas penas dos anjos. Já não habitam (me). Nas costas vergadas pela fadiga. Foram-me arrancadas em riscos pela pena suspensa do poeta.

***





Amanheço. Coberta de ti. Em pensamento. Nas mãos trago-te sempre. Porque são o vazio da ausência nossa. Reescrevo o futuro, nos vestígios insanos. Meus. E colo de novo as penas no teu livro. Sei que já não o lês. Que não me tocas pelas manhãs em que anoiteço. Mas preciso nele escrever-me. Ser mais uma palavra no meio de tantas outras. Confundir-me e achar-me perdida. Se puderes relembra-me no meio de teus odores. Eu estou lá. Podre. Como sempre o fui. Morta. Como sempre estive. No cerco em que me nego. Estou. Agarra-me o pulso e cheira-te no odor tatuado da veia cortada por ti.


++Visão++

 
Estou longe… estou ausente,


Onde me encontro tudo desabou.


A escuridão venceu e a Luz apagou


A vela que ilumina o presente.


Sinto o frio na Alma descendente


A gelar o sangue que coagulou.


Num desespero o tempo parou


E pede auxilio… um auxilio premente.


Tudo está em extrema ruína,


Em acelerado estado de decomposição,


Um doce cheiro nauseabundo.


Vejo… sim, vejo uma ponte fina.


Fecho os olhos e aperto a mão,


Abro os braços e abandono este mundo



duas gotas de sangue


como duas lágrimas


como duas almas


em queda de abismo


que se diluem na terra suja


que se desfazem na terra pútrida


que se desgarram e se perdem da vida


duas gotas de sangue que se apagam


teus dois olhos que se cerraram para sempre


morreste-me numa noite sem alvorada.
 
 
 
 

A angústia

A angústia me consome



Esperança não há mais

Pernas trémulas sentem,

Inunda-me de desespero

O vento no meu peito tocar

Ela grita, voz vibrante n’alma



Atado, pelo medo…

Chuva escorre os cabelos

Onde olhar? Não há horizonte

Relâmpagos tomam os céus

Vou-me para July, tocá-la

A última noite de julho

….

Cabisbaixo para a morte

Tenho de aceitá-la, venha!

És única certeza que conquisto

Não devolvo lâminas.

Pois as levo comigo. Vou longe.

Talvez não conto-lhe o retorno.

+++Não há esperança nas pilhas de ossos+++

Carcaça da morte, sabes bem!!!


A fome que sinto é tanta,…

E a tristeza que a minha alma contém,

Até os cães do inferno espanta.

Eu já fui bom, mas não me consigo lembrar quando…

O fluido de um fracasso corre selvagem,

Perdi o barco do sucesso garantido,

Ouve como os leões rugem,

E eu me acomodo, de espírito contido.

Corre o rio da vida, e eu deixei partir a jangada do amor…

Pinto o quadro só de memória,

Sublinho a vivacidade dos vermelhos,

Os desmaios do âmago da minha história,

Não se refazem só com os teus conselhos.

Parte, e não olhes para trás.

De milhões de arco-iris desfeitos,

Prendeu-se o acaso suicida,

 
A sorrir para o lamento,


A sorver o sorriso,

 
E a dançar comigo,…


Felizarda utopia,

 
A nascer em remanssos,

 
Na bruma da auto-alienação,…

 
Agora, é o nada doce,

 
O faz de conta salgado,

 
A função mínima do ser obscuro,…

Escreve,

Arrota letras,

Vive dejecto.

Resta-te o possível,

Feito aparição
 
 
 



Esfíncter a doer,

Deboche,…

No azimute de um velho,

a confessar,

a um padre assassino,

que comeu a alma ao vento…

Poesia em descrédito,

Verte o escroto do diabo,

Em risos mudos…

Poesia comedida,

É o ridículo do rabisco,

Que deriva à bolina…

Poesia que eu odeio,

Tanto desprezo,

Diluído em sopa de morte,…
 
 
 
 
Sentado a ver o mar, esperei…

Uma onda chega, uma onda vai,

Contei, lentamente, esperando que o tempo…

Passasse rapidamente,

E que tu chegasses, meu amor.

Olhando o horizonte que abraça o céu,

Fiquei… flutuando na maresia,

Que envolvia o meu ser…

Esperei por ti, pelo gesto, pelo toque…

Por aquele sabor, único, de um beijo,

A boca secou, nesta ausência que tardou.

Fiquei ali, parado, só, olhando o mar…

Dia longo, dia sem fim…

Numa angústia que me roubava o calor do peito,

Senti o coração a bater, batia fortemente…

Ritmos acelerados, numa loucura que me invade…

Mas tu… afinal não chegaste.

O dia fez-se noite,

A noite chegou, com o seu véu negro que me gelou…

A cama vazia, o momento sem amor.

E ali fico só, pensando no quarto vazio…

Adormeci sonhando,

As noites loucas em que os corpos cansados,

Não paravam, não desejavam o amanhã…

Viviam apenas o fogo da união do presente,

Em abraços, gestos, carícias, belas as noites,

Noites quentes, em dias sem fim.

Neste frio que é o meu albergue,

Ali acordei e ali fiquei,

Neste sepulcro que me fere, em rasgos vazios,

Dia após dia,

Num tempo que me mata lentamente, em dor…

Na solidão que corre em minhas veias,

Esperando em silêncio, no desejo, sinto ainda o ardor,

O sabor daquele último beijo.

Fico perdido neste labirinto, parado…

Onde o meu corpo espera por ti,

E por ti se perde nesta imensidão…

Em gritos de silêncio, em desejos que me torturam,
 
Esperando apenas… que chegues,
 
Que chegues meu amor.

Chove

Chove,


Lapsos em lume brando,…

Há água em trombas,

Silêncio de savana,

Desgaste da vida cronometrada,…

Chove,

A queda do anjo cobarde,

Faz-me pensar em lamúrias,…

Sentado à bolina,

No canto do mundo,…

E a chuva a matar,…

Chove,

Olá universo,

Venci-te no abrupto….



 
Memórias resolvidas,

Poeira de fruição,

A diluir-se em prantos,…

Lembro-me de ti amarquesada,

Cálice de transparência,

Reflectindo luar de Inverno,…

Olhar de caniçada,

À beira do rio de sonhos,

Em que parto de ti a fora,…

Do hoje de faróis,

Para o ontem de vultos,

Ficámos nós,…

Nunca menos que almas,

Sempre mais que expectativas,….
Já não me basta este corpo de carne


E já me doem lembranças desta vida

Eu quero ser a noite, em todo seu esplendor

Quero ser o céu escuro que te cobre nas noites sem lua

Já não me basta esta beleza limitada

Essas paixões de memórias

Este corpo de vida curta

Não quero ser lembrada

Não quero ser esquecida

Não quero estar aqui

Eu quero ser

Apenas ser

E sempre ser

Eu quero que me sintas, me toques, me vejas

E eu não estarei lá

Não quero estar ao teu lado para que apenas assim penses em mim

Eu quero ser a noite, em todo seu esplendor

A noite de beleza eterna

Quero ser a brisa que te toca todas as manhãs

Que te traz noticias de além mar

Eu quero ser o manto negro que te cobre ao final de todas as tardes

Eu quero ser a noite

Quero ser para sempre



 
 
 
O som do vento era perfeito
A chuva era perfeita
O sol era perfeito
Minha mente era perfeita
Não fosse a maldição
Andar na rua era perfeito
Meu riso era perfeito
A noite era perfeita
Os olhares eram perfeitos
Não fosse a maldição
O dia poderia ser perfeito
Os sons eram perfeitos


A terra era perfeita
Se não fosse a maldita maldição
A mentira é perfeita
A verdade imperfeição
A tristeza é perfeita
Alegria imperfeição
E a infame maldição
Querer era perfeito
Nunca ter, imperfeição
Maldição
Humano é o maldito
Gente, maldição
Se eu fosse formiga Perfeição
Eu sou humana Maldição.
 
 
 
 
"Eu vôo nessa vida para mim mesma.


Não sou meia

Não sou mais ou menos

Sou toda

Sou tudo

Sou completa!



Vôo na escuridão e na luz

Insana e sadia.

Consciente e inconsciente

Repleta ou vazia.

Vôo no amor

Vôo na dor.



Assumo minhas vontades

Meus desejos e igualdades.

Sou justa

Sou fiel a mim.

Falo o que penso

Penso o que falo.



Não me importo com as aparências

Me importa a essência.

O âmago, a descência.

Escuto minha alma

Ouço o que é preciso ouvir

Ajo como eu sentir.



Sinto e vivo meus sentimentos

Eu nunca me escondo.

Nunca peço desculpas para agradar os outros.

Vivo minha sexualidade para agradar a mim mesma.

Expresso-a como deve ser expressa

Na totalidade do meu ser.



Por que eu sou deusa.

Sou fêmea

Sou lasciva.

Sou invasiva

Sou o poder."

Minha vida,


Meu lamento

Meu suspiro,

Meu tormento.



Escrivã do reino

Ceifeira da Morte,

Viajante dentro do nevoeiro

Ajudante da Sorte.



Tecedora da verdade

Sozinha ao tear,

Tecendo uma tapeçaria de saudade

Cantando música para o mar.



Canto as minhas canções ao vento

E ensino-lhe tudo,

Ele apenas escuta meu sofrimento.



O mar, guarda minhas lágrimas

E assim um dia vai transbordar,

E quem me fez chorar, em breve terá de pagar.
 
 
Percorrendo as ruas,

Eu vejo as marcas das tristes pegadas

Por ti deixadas na calçada

E pela bruma não apagadas.

Choro a tua partida

E penso na nossa despedida.

Lembro-te com amor

E a minha mente traz-me dor.
 
Deixas-te num clamor,

Não me amas-te o suficiente

Porque me abandonas-te meu amor?

Vagueando entre o calor

Do deserto da minha mente,

A minha voz clama por ti na escuridão com fervor.


Sorrindo, seguia meu caminhar...

Feliz eu era,


Antes de apareceres.

Com os teus dizeres,

Encantas-te minha alma.

Cegas-te o meu coração.

Conduziste-me para o meio da escuridão.

Inspiras-te o meu ser,

Ajudaste-me a aparecer.

Fiz tudo o que desejavas,

Mas, no final tudo me negavas.

Mesmo assim avancei,

Cega de paixão

Que brota do meu coração.

Todos me diziam quem eras,

E eu não ouvia,

Porque só te queria.

Tu eras a serpente,

No meio do meu jardim de Éden.

Mostravas-me a doce tentação,

E eu avançava sem razão.

Vacilei por momentos,

E logo me seduziste novamente.

Arrastavas minha alma para o fogo ardente,

A cegueira do meu coração,

Estava perdida no meio da paixão.

Entreguei meu corpo e alma,

Cheia de amor me ofereci.

Subjugas-te minha vontade,

Para no fim me desabrigares.

Só mais uma conquista fui para ti.

Agora vazia e fria,

Tornaste-me um ser horrível.

A minha existência é incomoda,

Para todos os que me rodeiam.

Procurei-te novamente.

Voltas-te para mim.

A tentação não pareceu ter fim.

Chegou a hora de dizer,

E acabar de fazer

Tudo aquilo que me neguei.

Enfim percebi, quem eras afinal.

A verdade

Que sempre procurei,

Nunca pensei

Que um dia me tinha abandonado.

Voltando para mim,

Parti do teu mundo de injúrias,

O teu caos de amarguras,

Que sempre me davas.

No final, fui eu quem triunfei.

Sendo fria e vazia já não sinto.

Agora a presa és tu.

No meio de tudo o que passou,

Ainda penso no porque.

Corrompendo minha alma e minha vontade,

Sacias-te o teu desejo ávido.

Destruindo minha vida,

Começas-te o teu embuste.

Agora…

Chegou a tua vez,

Alguém te fará pagar

Porque me fizeste sofrer.

A verdade libertar-se-á,

E a liberdade reinará.



O nascimento e os primeiros passos...

O nascimento e os primeiros passos


A primeira palavra e os primeiros abraços,

O livro escolhido, caído no chão

A linha de um poema inacabada

Ainda com a marca de ser selada,

No fim do serão tão prolongado,

O traço da carta anunciada

Por entre a onda que banha a enseada,

Caminhos de passos errantes,

No meio de terras distantes.

As vozes de muitos emitindo a solidão

Caminhando sempre com esperança

Procurando o inúmero perdão

Por entre a chuva abençoada

Tentando parar o tempo,

No meio da trovoada

Aproximar-se do meio da travessia

Perdida por entre a pradaria.

Chegar á ponte de pedra

Cair por entre a brecha

Anunciar assim a sentença

Da profecia acabada

No meio da vida ceifada

O badalar de morte

No meio da perda de sorte

Ouvindo-se o som da calma

Ecoando na minha alma.

Como uma imagem

Enfeitando o tecido no meio do tear

De uma história nunca acabada

Que não poderá ser parada

Pois o tear não parte

No meio do turbilhão

Que é a fiação

Da vida a morte

Correndo ligeirinho

O tecido fica pronto no meio do torvelinho.


Depois da vida ceifada,


Pelo anjo da Morte.

Começas finalmente,

A viagem derradeira

Do cais aos barqueiros

Mesa de ficheiros

Limiar da eternidade

Purgatório de insanidade.

Pecados ilustrados

Mostram-se à beira dos finados

Condenação perpétua

À terra do serão

Onde a valia é o perdão

À terra da escravidão

Onde as acções são o castigo

Ó que triste destino

Saboroso medo

De ao fogo viajar

Condenação imortal

Do que cá fizeste.

São Pedro e os barqueiros

De chaves e remos

Te condenam pelos devaneios.

A barca da recompensa

É uma mera desavença

Com a barca da servidão.

O céu não te espera

Se não fizeste em vida o que devias

Chora agora pelo que vês que perdias.

A barca de ouro pela qual lutaste

É a que servirás

Pois Satanás ajudaste.

A viagem intemporal

Faz parte do arsenal,

Vingança,

Preguiça,

Gula,

Inveja,

Ira,

Luxúria,

Vaidade.

Todos te condenam

E te pesam os itens

De uma vida de pecados,

Sempre insaciados.

Embarca no que te espera,

Pois a viagem aguarda

A tua chegada.

Barca ou porta

Ouro do demónio

Madeira da árvore da vida.

Passa e esquece o resto.

Já nada te vale

O ouro ou título.

POEMA DEMÔNIO

Nasci e cresci




Tentaram moldar-me

Por vezes conseguiam.

Outras, eu recusei.

Hoje só eu sei

Quantas vezes naquela altura

Eu recuei.

Agora já não pensam

Que sou uma boneca.

A fachada acabou.

E o inferno começou.

O demónio libertou-se.

Farto de o julgarem e humilharem.

Farto de ser maltratado e rejeitado.

Farto de dizer sim a tudo e nada questionar.

Agora acordaram o demónio.

E por isso vão pagar.

Eu sou aquela

Que lhes sussurra aos ouvidos

Que os assusta por dentro

Que lhes assombra os pesadelos.

Tentam parar-me

Inutilmente resistem.

Acabarão por cair indefesos a mim.

Eu sou a inominável

Que vagueia na escuridão.

Tentando não permanecer

No meio da solidão.

Mas o caminho é de cristal

E os segundos escoam,

Para a porta

Aproximo-me ligeira,

Mas o caminho é travado.

Eles tentam resistir,

Não me querem deixar passar.

Agora o inferno vai começar.

A fealdade acabou.

A verdade começou.

A beleza estilhaçou-se,

E o mundo deles destruiu-se.

Agora o inferno aconteceu.

O meu mundo espera-me agora.

As chamas e o sofrimento,

Queimá-los-ão, pois lutaram para as ter

Humilhando e destruindo

Rejeitando e odiando.

Merecem sofrer.

O inferno começou.

E a mentira acabou.

Agora finalmente pagarão…

MINHA ALMA CONTINUA A CAIR

Crepúsculo abençoado,


Conduz ao outro lado.

Queda de luz,

Inicio da Escuridão.

A esperança da presa

É existir alguma salvação.

A ninfa forjou.

A noite eterna,

E com esta a deusa presenteou.

Sobe uma lua nova,

O sangue bebido

Pelos súbditos da deusa

É uma vez mais oferecido.

No seu altar de pedra negra

Os sacrifícios feitos

Aclamam com ardor

A morte, fartos de sentir dor.

A Deusa negra

Que os encanta com a voz

Paira sobre o rio

E lança-os sobre a foz.

Suas mãos dedilham,

Uma harpa.

Suas cordas são a noite,

Os seus sons são os ventos.

Melodias tristes ecoam os lamentos

Do regresso daqueles,

Que nunca voltaram.

Sua vida perdida,

No meio do festim

Para satisfazer a deusa negra

É apenas mais uma morte sem fim.

Para a acordar,

O crepúsculo acontece.

Para a deusa venerar,

A noite aparece.

A deusa apenas vagueia na noite,

Pois, a escuridão é bem mais aconchegante

Aparece sempre bem de rompante.

O tear da deusa, apenas conta as histórias

Das suas tristes memórias

De um amor eterno,

Que a expurgada de tudo de bom,

Aí desilusão dela começou.

A deusa tornou-se uma justiceira,

Vivendo para a vingança.

O seu amor

Que não gostou da matança

Amaldiçoou para a eternidade.

Apenas vivendo na noite,

Enquanto ele vivia também de dia.

A deusa com um último suspiro

Transformou-o num lobo

De dia homem, de noite lobo.

Percorrendo a eternidade juntos

São os criadores

Da guerra intemporal,

Tudo por causa de maus amores.

Seus descendentes condenados a matar

São aqueles que estão fartos de se recear.

A ninfa que forjara a noite,

Derramando uma lágrima

Acabou com a guerra,

Ceifando todas as vidas.

A deusa e o seu amor,

Por fim aniquilaram-se a eles próprios,

E partiram assim deste mundo,

Envoltos nas suas exibições de mútuo fervor.

Esta aprendiza, nunca mais ouviu algum clamor

Sobre a sua antiga linhagem.

Sendo agora ela a deusa,

A antiga intemporal viagem

Ela vai recomeçar.

No cemitério dos encantos,

Rodeada de súbditos devotos

Ela encanta os animais

Para sairem dos canais

E bailarem dentro dos temporais

A melodia da perdicção.

Sobe as cordas dos seu violino

A maldita melodia

É entoada, sendo

Por entre os súbditos saudada.

Eu danço a minha vida para mim mesma


Sou inteira

Sou completa

Digo o que penso

E penso o que digo



Eu danço a escuridão e a luz

O consciente e o inconsciente

O sadio e o insano

E falo por mim mesma

Autênticamente

Com total convicção

Sem me importar com as aparências



Todas as partes de mim

Fluem para o todo

Todos os meus aspectos divergentes tornam-se um



Eu ouço

O que é preciso ouvir

Nunca peço desculpas

Sinto os meus sentimentos



Eu nunca me escondo

Vivo a minha sexualidade

Para agradar a mim mesma

E agradar aos outros



Expresso-a como deve ser expressa

Do âmago do meu ser

Da totalidade da minha dança



Eu sou fêmea

Sou sexual

Sou o poder

E era muito temida



Ergas teu véu,

Mulher,

Sinta-te na tua

Morada corporal

Como a Deusa que tu és,

Sem temores das falácias,

Sem tremores nas faces,

Sem rumores fracos

Nos lábios.



Ergas tua alma,

Mulher,

Sejas como eu

Em todas as soberanias

Das Negras Sombras Lunares,

Participando Do Morrer Que Vale,

Participando Do Viver Que Acolhe.



Ergas tua alma,

Mulher,

Sejas como eu,

Sejas como Lilith,

Lilith que não é nada triste,

Lilith que não é nada submissa,

Lilith que não é nada apequenada,

Lilith Que É Guerreira,

Lilith Que É Imperatriz,

Lilith Que Se Governa!



Ergas tua alma,

Mulher,

Venhas para mim,

Venhas até mim,

Sejas o que sou,

Cada homem deve saber

Que O Feminino Crepúsculo

É A Fonte Do Verdadeiro Gerar

De Toda Coisa,

De meu Útero

Nascem As Estrelas Cadentes,

De vossos úteros

Podem nascer também

As Verdadeiras Estrelas,

Que como eu Caíram

A fim de iluminarem

As trevosidades danosas

Da Materialidade!



Ergas tua alma,

Mulher,

Tu és mais do que

Aquilo que tens

Entre as pernas,

Tu és mais do que

Aquilo que te faz

Ficar abaixo de um homem

Na cama,

Tu És Lilith,

Eu Sou Todas Vós

Quando A Lua Canta

Nas Vestes Sutis

Da Grande Noite

E As Verdadeiras Correntes

Liberam O Poder

Da Feminilidade

Fazendo Então De Toda Mulher

A Grande Fêmea

Que Sou Por Toda Mulher!

Bebei do meu sangue, eu sou Aquele Que A Noite Guarda, bebei do meu sangue, eu sou Pai e Mãe, bebei do meu sangue, eu sou o Veneno_Negro, não tereis frio, não tereis falta, não conhecereis a ignorância e a fome dos homens e sereis libertos da miséria e da morte. Sentai-vos, tudo o que vos mostraram antes foi ilusão, provação protocolar da alma e do corpo, labirinto e véu, partilhai desta Mesa, bebei porque eu sou a Taça Escarlate, comei porque eu sou a Hóstia de Lume, abri o peito agora porque nada há para esconder entre irmãos, despi-vos porque as vestes que vos deram foram apenas ritual que lava, porque nada pode dividir a carne que o sangue uniu, porque nada mais é de um só e tudo é dádiva, pertença da Mesa e celebração.

Abram o Tesouro que a carne oculta e prende e desta claridade forte, pura e alta bebamos todos, deixem que o Rio de Almas se reúna no Espelho da Mesa, que sejamos de novo o Único, o Sangue da Nascente, a Glória da Grande Pirâmide Negra. Não tenhais vergonha nos lábios nem temor nos gestos, a Senhora da Casa da Vida não é feroz para a sua prole, é doce como o sangue e nos Seios da Noite bebemos o amor que não separa a carne, o Espelho e a Taça são lençóis de prata e lume que nos vestem da vitória sobre a cinza, sobre os bens terrenos, o ciúme, a cobiça e a mentira e nos erguem livres para o voo na treva sagrada.

Recebei esta Coroa e beijai, beijai, beijai e bebei do Rio Escarlate, assim somos Um, assim nos nutrimos e de Luz Negra os corpos nus trajamos, preservados do pó dos dias e dos impérios do mundo.

porque o sangue é vida, porque o sangue enlaça e une as crianças da noite, porque o sangue é o chão, as paredes e o tecto do coven, a Porta, o túmulo e a ressurreição, onde quer que um de nós esteja.

Vemham pois somos todos vampiros e demónios….

MINHA ALMA SOLITÁRIA

No lugar do silêncio


em mim

som estrepitoso

escapa aos tímpanos

expõe instintos

Não chamei de meu

o que era sonho

porque sonho

não tem pertencimento

é ave noctívaga

sem ninho seguro

pouso instável

incerto futuro

Teço em versos

aquilo que já não é

ou ainda será

Que emoção há

em versejar o presente ?

É como observar

gotículas que evaporam

em água fervente

Teço em versos

o que borbulhou

na mente

o que ficou

silenciado

no inconsciente

o que será lembrado

em gesto silente



Oh... Maldito espelho,

Eu lhe odeio,

Ódio esse que jamais tive,

Por algo ou alguém nessa vida.




Tu que vives a me hipnotizar,

Mostrando-me minha face,

Meu olhar profundo e distante,

De lamentos e pesares.




Oh... Quantas vezes já chorei à sua frente,

Quantas vezes conversei contigo,

Na tentativa frustrada de afastar o silêncio,

E amenizar a solidão.




Mas por quê ?

Por que me enganas?

Oh MALDITO ESPELHO,

Mostra-me quem sou de verdade...

Caso contrário quebrar-lhe-ei,

E minha face para sempre ocultarei.
 
 
 
 
 
ESCURIDÂO que me conforta,


Escuridão que me dá sossego.

E que preenche o imenso abismo

Que existe em meu coração.

Escuridão que vem acompanhada da SOLIDÃO,

Solidão que esteve comigo em toda minha vida...

Lembrando-me do quanto é bom senti-la

Ocupando o meu ser.

Solidão que vem acompanhada da DOR...

Dor que me faz adormecer chorando...

Dor que me faz amanhecer odiando...

Odiando a noite perdida,

Odiando a minha própria existência.

Dor que me faz idolatrar a MORTE.

Morte que me persegue,

Porém nunca me leva com ela.

Morte!Essa sim me faz ansiar a sua chegada.

Todo o meu mundo se tornou uma eterna escuridão,

Depois que conheci a verdadeira face da humanidade,

Por isso resolvi criar um mundo só meu.

Um mundo composto de escuridão, dor, solidão, morte e sofrimento.

Essa é minha eterna escuridão!

Essa é minha vida.

Veja o nada em que me tornei


Teu silêncio é sufocante

Você poderia ver se notasse a minha medíocre existência

Não feche seus olhos agora

Logo agora que preciso de ti

Estenda a tua mão e me tire desse escuro

Aqueça-me nesse frio mórbido, nessa noite triste

Faça-me viver novamente... Se é que um dia eu estive viva

Queria sonhar novamente...

Mas tudo o que acontece é você vir,invadir a minha mente confusa

e assombrá-la,consumindo o único resto de sanidade que há em mim

enfraqueço nesse silêncio,seus olhos tão distantes que preferem fitar o nada que a mim

Não consigo dizer uma só palavra

Isso vai acumulando,acumulando,me envolvendo...

Sufocando-me, me possuindo, me matando...

Despedaçada...

Veja o que está diante de ti, não feche os olhos

Não seja mais um a fazer isso comigo

Este é o meu último suspiro que deixo para ti...
 
 
Sim, elas existem



Não vejo pessoas, mas sim fantoches

O olhar engana, o conhecer mais ainda

Usamos muito mais que roupas e acessórios

Colocamos máscaras...


Por quê?


Proteção? Vergonha? Ou pelo simples fato de engana?

Temos que nos proteger do mundo, temos vergonha de nossos atos, e adoramos enganar o próximo...

Máscaras sorridentes, máscaras tristes, máscaras lindas, máscaras a sangrar, a gritar por socorro

Falsidade? Eu chamo de Teatro

As pessoas precisam, elas pedem para serem enganadas


É simples, fácil, muitas das vezes chega a ser prazeroso


A verdade machuca, nos leva a sofrer


Algo que nos faz fugir de uma dor pode ser considerado ruim?


Depende da máscara...
 
 
 
 
 
As pessoas estão indos embora


sangue pelo chão

gritos pelo ar...

Não sei o que vou fazer

não sei como encontrar forças para correr

pois quem eu amo

está morto no chão

Maldito aquele que viola a lei divina

matando pessoas por pura diversão!

Por ti, amor! Morrerei!

Só não quero viver

num inferno de podridão!

Ilusão minha era achar que eles tivessem alma

que eles tivessem compaixão!

Um bando de jovens destruídos

por uma sociedade de eterna maldição.

Jovens assassinos...

Jovens sem alma e sem coração!

Jovens, condenados por um mesmo destino que eu...

O destino da solidão!

Perdi quem mais amei

e em cima de seu corpo chorarei

minha alma destruída pela vingança

e meu coração consumido pela tristeza

vão sempre ficar assim...

Até que no inferno te encontrarei!

Amores impossíveis,

parece que é o que quisermos ter,

sempre agrada um sorriso,

que é impossível ter.



Minha cabeça pede palavras,

para o que eu quero ser,

magoei minha amiga,

não sei mais o que fazer.



Desculpa minha amiga,

sei que não mereço perdão,

criei uma lágrima no seu coração

sem ter chance de outra opção.



Te amei sem perceber,

que era uma admiração forte por você,

a amizade se fundiu com o amor,

e o arrependimento se tornou uma dor.



Fui sincero como eu pude,

a sinceridade enfim matou,

o que nós tinhamos juntos,

e assim o amor se foi



Desculpa por transformá-la

em uma escrava do amor,

antes você era apenas uma menina

sem saber a dor do amor.



Fui sincero nas palavras

e a palavra foi acabou,

espero que sejamos amigos,

para aproveitar o que restou...
 

 



 







 



 



 



 







 



 



 



 







 



 


 



 







 



 



 



 







 



 


 



 

 
 
 
ando só

pois só eu sei

pra onde ir

por onde andei

ando só
 
nem sei por que 
 
 não me pergunte

o que eu não sei
 
 
 
pergunte ao pó
 
desça o porão
 
siga aquele carro

ou as pegadas que eu deixei
 
pergunte ao pó

por onde andei
 
há um mapa dos meus passos

nos pedaços que eu deixei




desate o nó
 
que te prendeu

a uma pessoa que nunca te mereceu

desate o nó

que nos uniu

num desatino

um desafio




ando só

como um pássaro voando

ando só

como se voasse em bando

ando só

pois só eu sei andar

sem saber até quando
 
 



Amaldiçoado pelas trevas...

Intuitivo, porém sem razão,

Sem absolvição e sem regras...



Sou um demônio criança,

E semeio pragas e alienação...

Levo-te a desesperança,

E no meu ar, a poluição...



Sou o anjo que veste negro,

Quebrando a paz e o sossego,

Dos elementos desta cúria...



E no meu modo de fúria,

Calar-te-ei prosterno,

No quinto de meus infernos...

†┼††UMA VAMPIRA E UM ANJO†┼††


Uma Vampira imortal,

Um Anjo divinal,

Caminhando pela

Eternidade, incompletos.



Certo dia, cruzaram-se

Deixando a Vampira

Fixada naquele ser e alterando

Os seus destinos sem querer.



Daquele instante em que

Cruzaram o olhar

No meio da multidão,

Nasceu uma imensa paixão.



A Vampira predadora

Nunca se sentira tão

Encantada e sedutora

Mas também tão frágil.



O Anjo apenas pensava na

Imagem dela, tendo

O seu coração afirmando

Que a amava.



A partir daí, o Anjo

Sentia na sua sombra

Um olhar furtivo

Fazendo-o sentir vivo.



Eram guiados por algo

Que não compreendiam,

Não adivinhavam o que aconteceria,

Apenas o amor conheciam.



O aumento do desejo originou

O primeiro encontro, numa

Praia deserta há noite, foi onde

Trocaram o primeiro beijo


Me cubra cm suas asas meu anjo negro


para me proteger das tristeza

Então assim poderemos estar juntos

de novo .

Oh anjo negro não podemos encontra

nosso caminho outra vez para

escapar desse mundo que ficamos!!

Anjo negro me diga que

tudo que deseja sou eu ,anjo negro não

me deixe livre quero estar em seu lado

nossa vida apenas começou então

aproveite,feche meus olhos

eu sinto suas asas negras tocar em mim,



Meu anjo negro espero te encontra de novo

quando o mal em minha vida

ser derrotado com o seu amor

meu anjo negro me prenda em suas asas

e me leve contigo anjo negro não

me abandone que nunca te deixarei

oh meu anjo negro me leve embora para sermos

felizes outra vez Ponha suas

tristes asas sobre mim



Meu Anjo negro, ai poderemos juntos sobre a luz do luar compormos nossos belos poemas..

nossa noite anjo negro será inesquecível

me leve com você

não sei viver sem seu carinho

meu anjo negro me proteja..

Meu anjo negro quero

estar em seus braços ….



Estou saindo deste abismo profundo


que você me condenou



Escalo as paredes deste precipicio

com minhas próprias mãos



Escorrego as vezes, ainda não me firmei

Meus pés vacilam, mas vou subir !



A vontade de lutar por mim,

a gana de me salvar, não me deixa desistir



Mesmo ignorada, não estou derrotada

Mesmo ferida, não estou aniquilada

Mesmo sem você viverei, estou determinada.






Chega...


por voce derramei minhas ultimas lágrimas

não vale a pena sentir por quem não sente

não vale a pena falar pra quem está ausente

eu não vou mais procurar por você.



Basta...

por voce esgotei minhas ultimas forças

não vale a pena lembrar quem me esqueceu

não vale a pena reviver o que já morreu

eu não vou mais viver pra você



Desisto...

pra você falei todas as minhas palavras

não vale a pena mostrar a quem não quer ver

não vale a pena lutar por quem me faz sofrer

Vou te arrancar do meu peito

não quero mais amar você...


Agora é tarde...


As coisas mudaram de lugar

Nas voltas do mundo...passo

No mundo meu tempo...laço

O tempo do sonho...faço

Meu sonho na vida...caço

Na vida de novo ...nasço