Bebei do meu sangue, eu sou Aquele Que A Noite Guarda, bebei do meu sangue, eu sou Pai e Mãe, bebei do meu sangue, eu sou o Veneno_Negro, não tereis frio, não tereis falta, não conhecereis a ignorância e a fome dos homens e sereis libertos da miséria e da morte. Sentai-vos, tudo o que vos mostraram antes foi ilusão, provação protocolar da alma e do corpo, labirinto e véu, partilhai desta Mesa, bebei porque eu sou a Taça Escarlate, comei porque eu sou a Hóstia de Lume, abri o peito agora porque nada há para esconder entre irmãos, despi-vos porque as vestes que vos deram foram apenas ritual que lava, porque nada pode dividir a carne que o sangue uniu, porque nada mais é de um só e tudo é dádiva, pertença da Mesa e celebração.
Abram o Tesouro que a carne oculta e prende e desta claridade forte, pura e alta bebamos todos, deixem que o Rio de Almas se reúna no Espelho da Mesa, que sejamos de novo o Único, o Sangue da Nascente, a Glória da Grande Pirâmide Negra. Não tenhais vergonha nos lábios nem temor nos gestos, a Senhora da Casa da Vida não é feroz para a sua prole, é doce como o sangue e nos Seios da Noite bebemos o amor que não separa a carne, o Espelho e a Taça são lençóis de prata e lume que nos vestem da vitória sobre a cinza, sobre os bens terrenos, o ciúme, a cobiça e a mentira e nos erguem livres para o voo na treva sagrada.
Recebei esta Coroa e beijai, beijai, beijai e bebei do Rio Escarlate, assim somos Um, assim nos nutrimos e de Luz Negra os corpos nus trajamos, preservados do pó dos dias e dos impérios do mundo.
porque o sangue é vida, porque o sangue enlaça e une as crianças da noite, porque o sangue é o chão, as paredes e o tecto do coven, a Porta, o túmulo e a ressurreição, onde quer que um de nós esteja.
Vemham pois somos todos vampiros e demónios….
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