sábado, 24 de setembro de 2011

MINHA ALMA CONTINUA A CAIR

Crepúsculo abençoado,


Conduz ao outro lado.

Queda de luz,

Inicio da Escuridão.

A esperança da presa

É existir alguma salvação.

A ninfa forjou.

A noite eterna,

E com esta a deusa presenteou.

Sobe uma lua nova,

O sangue bebido

Pelos súbditos da deusa

É uma vez mais oferecido.

No seu altar de pedra negra

Os sacrifícios feitos

Aclamam com ardor

A morte, fartos de sentir dor.

A Deusa negra

Que os encanta com a voz

Paira sobre o rio

E lança-os sobre a foz.

Suas mãos dedilham,

Uma harpa.

Suas cordas são a noite,

Os seus sons são os ventos.

Melodias tristes ecoam os lamentos

Do regresso daqueles,

Que nunca voltaram.

Sua vida perdida,

No meio do festim

Para satisfazer a deusa negra

É apenas mais uma morte sem fim.

Para a acordar,

O crepúsculo acontece.

Para a deusa venerar,

A noite aparece.

A deusa apenas vagueia na noite,

Pois, a escuridão é bem mais aconchegante

Aparece sempre bem de rompante.

O tear da deusa, apenas conta as histórias

Das suas tristes memórias

De um amor eterno,

Que a expurgada de tudo de bom,

Aí desilusão dela começou.

A deusa tornou-se uma justiceira,

Vivendo para a vingança.

O seu amor

Que não gostou da matança

Amaldiçoou para a eternidade.

Apenas vivendo na noite,

Enquanto ele vivia também de dia.

A deusa com um último suspiro

Transformou-o num lobo

De dia homem, de noite lobo.

Percorrendo a eternidade juntos

São os criadores

Da guerra intemporal,

Tudo por causa de maus amores.

Seus descendentes condenados a matar

São aqueles que estão fartos de se recear.

A ninfa que forjara a noite,

Derramando uma lágrima

Acabou com a guerra,

Ceifando todas as vidas.

A deusa e o seu amor,

Por fim aniquilaram-se a eles próprios,

E partiram assim deste mundo,

Envoltos nas suas exibições de mútuo fervor.

Esta aprendiza, nunca mais ouviu algum clamor

Sobre a sua antiga linhagem.

Sendo agora ela a deusa,

A antiga intemporal viagem

Ela vai recomeçar.

No cemitério dos encantos,

Rodeada de súbditos devotos

Ela encanta os animais

Para sairem dos canais

E bailarem dentro dos temporais

A melodia da perdicção.

Sobe as cordas dos seu violino

A maldita melodia

É entoada, sendo

Por entre os súbditos saudada.

Sem comentários:

Enviar um comentário