sábado, 24 de setembro de 2011



Anjo da Luz






Meus versos são suspiros de tristeza,

Que ecoam do meu peito,

Toda a noite depois de tirar a máscara,

E novamente respirar, eu.

Vivo numa constante busca por mim,

Tentando abrir o baú dos meus sonhos esquecidos,

Refazer meus castelos de areia destruídos,

Desmanchados com a água da chuva.

Meus dias eram singelos,

Como minhas fantasias evaporadas.

Agora é só vazio no peito,

Melancolia que ladra minha juventude,

E me fragmenta em palavras.

Sinto saudades das mentiras,

Dos meus heróis, todos mortos,

Iludidos, vencidos.

Sinto falta do sorriso que não doía,

Dos meus joelhos feridos quando caia,

E levantava.

Hoje continuo caída,

Feito o anjo da luz que caiu na terra,

E não mais ganhou os céus.

Fui abandonada pelos deuses,

Amaldiçoada pelos dias,

Em que finjo não ser só pintura,

E existir.

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